O Coletivo Rosa Bordô, assim com outros movimentos sociais como o Levante Popular da Juventude, os estudantes de Serviço Social da UFTM, do Resistência, o ENESSO, Instituto Caio Prado, estudantes de psicologia, letras e estudantes do ensino médio de escolas públicas se reuniram e decidiram construir a II Marcha das Vadias de Uberaba.
Ano passado o coletivo teve uma contribuição pequena, já que a marcha já havia sido encaminhada e puxada pelos estudantes de Serviço Social da UFTM onde fez parte da programação de um encontro de estudantes.
Este ano a marcha partiu dos próprios movimentos sociais não só estudantis, mas também de outras pessoas da sociedade civil que compõem diversas instituições, sendo assim mais abrangente e tendo um planejamento maior.
Este ano antecederá a marcha uma Jornada de Discussões de Gênero para refletir sobre a questão dentro de Uberaba e promover rodas de conversa que possam enriquecer as discussões a fim de trazer propostas de reivindicações e de mudança social.
Movimento social não se faz só na rua, se faz também no espaço de formação, na troca de conhecimentos, na reflexão e conhecer melhor a nossa própria realidade enquanto militantes do movimento feminista pra conseguir estratégias mais eficientes na luta pela mudança.
O evento da Jornada será construída em cinco encontros e terá emissão de certificado mediante a participação de 75% do evento para os interessados.
Segue o link no facebook do evento: https://www.facebook.com/events/241257289414765/?fref=ts
Segue abaixo o flyer do evento:
Faremos também um auto financiamento para conseguirmos de forma autônoma e independente de conseguir recursos tanto para a Jornada como para a culminância de tudo, que é a Marcha das Vadias.
Este auto financiamento será feito na construção de um Sarau intitulado "Desconstruindo gênero".
Segue o link do evento do sarau no facebook: https://www.facebook.com/events/676411562424941/?fref=ts
Segue o flyer do evento:
Coletivo Rosa Bordô
quinta-feira, 29 de maio de 2014
segunda-feira, 10 de março de 2014
Participação do Coletivo Rosa Bordô no Sarau do Jornal Muh!
Fizemos uma desconstrução do Dia Internacional da Mulher em nossas falas, pois acreditamos que a morte de mais de 200 mulheres trabalhadoras não é um motivo para comemoração, é um momento de repensar nossa postura perante o mundo e empoderar as mulheres para que consigam lutar para sair das situações de opressão que nos é colocadas.
Começamos o sarau com a fala da Gabriela, com um texto que tinha várias palavras em que no masculino tinha um significado simples e enquanto pra mulher era pejorativo, como “homem público” e “mulher pública”, “puto” e “puta” e entre outras palavras que mostram claramente a desigualdade e a opressão simbólica.
Em seguida a Camila fez uma fala dizendo do histórico do dia internacional da mulher e o seu significado na questão das lutas sociais das mulheres trabalhadoras, de que não se trata de uma data bonita, é uma data trágica e que deve ser pensada como momento de reflexão e de como queremos as relações de gênero no mundo. Além de citar muito bem a questão da violência contra as mulheres.
Logo após a fala da Camila, Larissa recitou a releitura de uma outra releitura de um poema do Carlos Drummond de Andrade mas com uma visão voltada para o feminismo. Jéssica também recitou um poema de uma escritora que é mulher, negra e que escreve poesia marginal que se chama “EM LEGITIMA DEFESA”, que traz uma realidade muito chocante do descaso das denuncias de violência contra as mulheres e que isso pode transformar-se em reação também violenta caso nada seja feito para resolver esta situação.
A participação do Coletivo foi encerrada com a música “Toda bêbada canta” da cantora Silvia Machete e interpretada por nossa amiga colaboradora Lia Rodrigues e com a Jéssica no Ukulele.
domingo, 9 de março de 2014
Licença, Mulheres.
Este texto é uma releitura de Larissa Martins (que faz parte do Coletivo Rosa Bordô) do poema de Adélia Prado, que fez a releitura do poema do Carlos Drummond de Andrade.
(Desenho de Jéssica B. Valeriano inspirado na música "lute pela sua vida" da banda de punk rock feminista de Brasília Bulimia e que está no Fanzine "Triângulo de Chico")
Quando nasci
Nenhum anjo,
fada ou querubim
Veio me anunciar
Ninguém disse nada.
Bruxas nascem de surpresa.
Cuidam da Terra
Conhecem mistérios
Natureza
Sangue Gaia
As mulheres passam cheias de lutas
Pelas casas, pelas ruas, nuas
À frente dos bondes
Pensam em parto sem dor,
Liberdade do corpo
Autonomia de vida
Se fazem, se mexem, se pensam, se vestem,
tanto faz: estereotipadas estarão.
Pra que tanto machismo, deusas?
Pergunta o meu coração.
Porém os padrões não perguntam nada.
Eu nem devia dizer
mas essa luta
mas esse feminismo
botam a gente comovida contra o machismo.
Ser desdobrável é maldição para mulheres
Vadia, libertação.
Eu sou!
Nenhum anjo,
fada ou querubim
Veio me anunciar
Ninguém disse nada.
Bruxas nascem de surpresa.
Cuidam da Terra
Conhecem mistérios
Natureza
Sangue Gaia
As mulheres passam cheias de lutas
Pelas casas, pelas ruas, nuas
À frente dos bondes
Pensam em parto sem dor,
Liberdade do corpo
Autonomia de vida
Se fazem, se mexem, se pensam, se vestem,
tanto faz: estereotipadas estarão.
Pra que tanto machismo, deusas?
Pergunta o meu coração.
Porém os padrões não perguntam nada.
Eu nem devia dizer
mas essa luta
mas esse feminismo
botam a gente comovida contra o machismo.
Ser desdobrável é maldição para mulheres
Vadia, libertação.
Eu sou!
sábado, 8 de março de 2014
Feliz dia da Mulher?
Bom dia, meu nome é Maria disseram que hoje é meu dia, meu marido me deu flores achei hipocrisia porque ontem mesmo ele me batia em plena luz do dia porque eu não queria dar o que ele pedia, meu filho disse que a louça ele lavaria por ser o meu dia, mas nos outros dias, lavar um prato? Nem isso ele fazia ... estranho eu acho, segundo ele isso não é coisa de macho.
Meu patrão me disse... Maria você parece triste, sorria é dia da mulher, só nunca me explicou porque sou inferior, e meu salário também é.
Não, não estou mesmo feliz, a poucos dias eu não morri por um triz quando me perseguiram mesmo eu não tendo nada pra roubar.
Hoje é dia da mulher? Comemore se quiser, eu to indo pra guerra que enfrento todo dia com esperança disso acabar, porque o que você chama de viver eu chamo de lutar!
Por: Viviane Uga
sexta-feira, 7 de março de 2014
Atividades que vão acontecer em Uberaba no 8 de Março
O dia 8 de Março é uma data marcada pela luta da mulher trabalhadora, e não uma data de parabenizar as mulheres por ter um dia no ano que lembre delas. Pensando nisso o Coletivo Rosa Bordô além de promover uma atividade, disponibiliza algumas outras atividades que vão acontecer em Uberaba para quem quiser participar fique por dentro de tudo que acontece, segue um cronograma:
Cronograma de Atividades do Dia Internacional da Mulher em Uberaba:
Dia 07/03:
19:00 horas – Palestra no TEU com temas: Violência contra a Mulher e Prevenção e Conscientização sobre HPV – LOCAL: Rua Padre Zeferino n° 998 Bairro Fabrício.
Dia 08/03
08:00 horas – Panfletagem do Coletivo Feminista Rosa Bordô na praça Rui Barbosa.
09:30 horas – Roda de Capoeira com mulheres – Local Mata do Ipê na Av. Guilherme Ferreira.
10:00 horas – Sarau do Jornal Muh! Na Livraria Alternativa sobre o Dia Internacional da Mulher - Local: Rua Major Eustáquio n° 500
15:00 horas – Oficina de Maculelê (Instrutora Nêga - Brasilia-DF) – Local: UAI – Av. Leopoldino de Oliveira n°1254
19:00 horas – Divulgação dos Serviços Prestados no Centro de Integração da Mulher de Uberaba e do Centro de Referência da Mulher – Local: Praça Jorge Frange
Dia 11/03
Das 08:00 às 16:00 horas – Palestra sobre Gestação e Violência Sexual com o Pró-Viver Mulher no CAISM – Centro de Atenção Integral a Saúde da Mulher – Av. Leopoldino de Oliveira.
Alguns panfletos de eventos:
domingo, 17 de novembro de 2013
Carta em repúdio a negligência dos casos de violência contra as mulheres e o machismo nos gêneros musicais em Uberaba
(Machucado falso feito por Jéssica B Valeriano)
Essa carta não é contra os shows, festivais de
música, eventos culturais que acontecem em Uberaba, muito pelo contrário, eu
inclusive amo música, toco baixo, tenho banda, e apoio a cultura como um todo
ubesabense!
Eu não venho aqui falar de questões
pessoais, não vim falar de ressentimentos com ninguém ou com nenhuma discussão
mal resolvida, não é nada disso! É uma questão cultural, social e política; a
negligencia com a violência contra as mulheres, principalmente nos
relacionamentos amorosos.
Não foi comigo, mas doeu em mim! Não foi eu que
apanhei, não foi eu que machuquei, não fui eu que sai sangrando e com medo, não
foi eu que terminei meu namorado e sai agredida.
E daí? Que defendo outras
pessoas que foram agredidas? E daí se eu fico triste mesmo com a negligencia
cotidiana? E daí que 200 mulheres são agredidas por mês na minha cidade? O que
eu tenho haver com isso? Por que denunciar uma violência pode estragar os
eventos musicais e culturais da minha cidade? O que é mais importante o bem
estar das pessoas ou a imagem que vamos passar pras pessoas de fora que vem se
apresentar em nossa cidade?
Pois é, isso aconteceu e acontece
cotidianamente, mas não foi comigo! Tentei ajudar uma garota agredida, tentei
expressar esse problema no local onde tudo ocorreu, eu presenciei uma
violência. Alguns entenderam minha situação, a maioria não me ouviram, era pra
não “sujar o nome da cidade” se alguém falasse sobre isso, sendo que este é um
problema no mundo todo! Só sei que estou péssima com isso.
Não, o problema não é dos eventos culturais, ou
dos estilos musicais em si, são as pessoas que fazem letras de músicas
sexistas, que quando uma mulher é agredida em um show preferem silenciar e não
denunciar. As mulheres que crescem nessa cultura continuam reproduzindo a
opressão que aprenderam e que acreditam ser normal. Não garota, a culpa não é
sua, mesmo que você não queria denunciar, mesmo que você reproduza o machismo,
a culpa é da sociedade que te ensinou que a violência que você passou não é
nada, que mulheres não tem o mesmo potencial quando exercem uma atividade
geralmente feita por homens.Foi a sociedade que te ensinou que a violência que
você sofreu é uma coisa atoa, mas quando um homem é agredido ai sim é caso de
polícia, caso for uma mulher, ninguém tem nada haver com isso, “melhor não se
meter nisso” é o que me disseram, afinal não foi comigo!
Tentei pedir para o vocalista de um grupo
musical que no momento se apresentava, levantei uma folha A4 escrito “uma
mulher foi agredida pelo ex-namorado aqui!” ele simplesmente pediu pra tomar
cuidado com as meninas para não machuca-las durante o show.
O fato não aconteceu “sem
querer” não foi alguém que acertou sem querer a garota, que esbarrou nela
enquanto estava curtindo, dançando ou festejando, foi MUITO proposital!
Tentei falar sobre isso para as pessoas que
tomavam conta do local do evento e não deixaram eu subir no palco entre um
grupo musical e outro pra falar sobre isso pois iria estragar a imagem de um dos
segmentos culturais e musicais de Uberaba, sendo que a violência contra as
mulheres acontece em todo lugar, no Brasil e no mundo.
Fiquei muito triste!
Triste de verdade! Algumas pessoas expressaram ter boa vontade comigo e
compreenderam minha indignação, eu reconheço, mas outras presaram mais por
“passar uma boa imagem” do que falar da verdadeira opressão que existe.
Não entendo também porque alguns presam mais
pela imagem do que pelo bem estar das pessoas! Não
entendo! Vai demorar muito
pra eu entender!
Essa carta não é contra
pessoas que fazerem parte de determinado segmento cultural, social, político ou
musical, é contra a negligencia com a violência contra as mulheres, é contra
atitudes de pessoas que negam espaços públicos para denunciar uma questão que
não é regional, é mundial, é cultural. Mulheres são agredidas e até mortas
diariamente por seus companheiros por ciúmes, pelo cara não aceitar o fim da
relação, por homofobia, por racismo, por sexismo. Diariamente por questões
sociais e culturais mulheres morrem por serem e terem escolhas livres sobre
suas vidas, tem gente que ainda não consegue lidar bem com isso e age pela
força bruta ou pela chantagem emocional.
MAS SOBRE ISSO TÁ TODO
MUNDO CANSADO DE SABER QUE EXISTE, MAS NINGUÉM FAZ NADA!
PELA BOA IMAGEM DA CIDADE
QUEREM QUE EU ME CALE, MAS NÃO VOU CALAR!
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
Sarau em combate a violência contra as mulheres
Dia 25 de Novembro é o Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher, não é uma data comemorativa e sim de luta! Levando em conta de que no Brasil 15 mulheres morrem por dia por seus companheiros ou ex-companheiros segundo o IPEA, a maioria das mulheres que morrem são negras, pobres e moradoras de periferias. (fonte: http://
Outra questão muito grave em nosso país é que hoje vivemos uma epidemia de estupros, isso foi concluído após o Anuário Brasileiro de Segurança Pública sobre 2012 que por meio de dados do IBGE e o Sinesp concluíram que o número de estupros supera o de homicídios dolosos. (fonte: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2013/11/numero-de-estupros-no-pais-supera-o-de-homicidios-dolosos-diz-estudo.html)
Em Uberaba são 200 casos de mulheres agredidas por seus companheiros e ex-companheiros por mês segundo o Centro de referência da mulher. Ano passado foram quase 2000 casos registrados, fora o que nós não ficamos sabendo pois muitas pessoas não denunciam!
Esse sarau vai acontecer para, além de tocar no assunto e dar espaço para os artistas se apresentarem e abraçarem esta causa, ele vem também para alertar a população uberabense da gravidade do problema!
A Página Uberaba Feminista e o Coletivo Rosa Bordô conseguiram uma parceria com o Centro de Referência da Mulher de Uberaba, onde haverá pela manhã uma atividade de campanha do LAÇO BRANCO, símbolo da luta do combate da violência contra as mulheres na parte da manhã na Praça Rui Barbosa até as 14:00 horas.
O sarau irá acontecer a partir das 18:00 horas também na praça Rui Barbosa.
Traga sua arte! Teremos microfone aberto, amplificadores pra plugar seu violão/guitarra ou qualquer instrumento, exponha sua arte e apoie nossa causa!!
Confirme sua presença no facebook: https://www.facebook.com/events/191278644393265/?source=1
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